1º Congresso Aliança do Aftermarket Automotivo apresenta principais bandeiras que as entidades do setor defendem para o mercado brasileiro

Exemplo norte-americano pode ser adotado no Brasil com a lei de direito de o consumidor escolher o local do reparo do veículo e benefícios da implantação da Inspeção Técnica foram destaques do evento que também apresentou soluções para a descarbonização e os impactos da Reforma Tributária e da Inteligência Artificial (IA) no mercado

O 1º Congresso Aliança do Aftermarket Automotivo apresentou os principais assuntos discutidos e amplamente trabalhados em conjunto pelas entidades do setor de reposição, como o “Right to Repair” e regulamentação, Inspeção Técnica Veicular, soluções para descarbonização, Reforma Tributária e Inteligência Artificial (IA), reunindo mais de 500 participantes, no dia 23 de abril, no São Paulo Expo, evento realizado durante a Automec. A Aliança foi criada em 2022 e reúne as seguintes: Andap – Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças; Conarem – Conselho Nacional de Retíficas de Motores; Sincopeças Brasil, associação que reúne voluntariamente os Sincopeças regionais), Sindirepa Brasil – associação que representa os Sindirepas estaduais Anfape – Associação Nacional dos Fabricantes e Comercializadores de Autopeças para o Mercado de Reposição; Asdap – Associação Sul-Brasileira dos Distribuidores de Autopeças; e Afer – Aliança dos Fornecedores de Equipamentos para Reparação Automotiva.

Visão global e do Brasil do “Right Repair” – O primeiro palestrante, Bin Hanvey, presidente & CEO da Auto Care Association, que falou sobre o tema Right to Repair – movimento que prevê a liberdade de escolha dos consumidores dos locais onde deseja realizar a manutenção e/ou reparação de seus veículos, ressaltou que, nos EUA, a indústria envolve 500 bilhões de dólares, 5 milhões de profissionais e servem a 296 milhões de veículos. “Globalmente, são 1,5 bilhão de veículos pelo mundo e nossa indústria traz 2,3 trilhões de dólares a cada ano no mundo enquanto os consumidores dirigem 2 trilhões de milhas mundialmente”, disse Hanvey. Números que demonstram a importância do setor.

Hanvey comentou que uma pesquisa com mil consumidores norte-americanos relatou que 51% das oficinas enviam cinco carros por mês para concessionárias por problemas de acesso aos dados, gastam quatro horas tentando fazer o diagnóstico, ou seja, 20 horas perdidas. Cerca de US$ 3 bilhões são perdidos anualmente por causa dessa dificuldade. “É preciso entender a importância do “Right to Repair”. Isto só vai piorar com a inserção cada vez maior de tecnologia nos veículos”, disse.

Ele explicou que, nos Estados Unidos, em 2020, os eleitores de Massachusetts aprovaram a lei de Direito ao Reparo, exigindo que os fabricantes fornecessem aos proprietários de veículos acesso aos dados de diagnóstico para reparação. Na época, as montadoras gastaram US$ 30 milhões tentando convencer os residentes do estado que roubariam os dados deles, sem resultado. Depois processaram o estado considerando uma lei federal e levantando a preocupação de cybersecturity. “Fomos ao tribunal em 2021 e um juiz concluiu a nosso favor e eles entraram com recurso. Os dados são a primeira receita das montadoras”, afirmou. Dois estados já venceram. Mas, há necessidade de uma solução nacional.

Segundo o palestrante, nos EUA, a associação tem cinco lobistas, a GM, 250, e contratou 40 empresas de advocacia para que a entidade não pudesse usar os serviços desses escritórios.

“Nossa luta não é só para uma legislação nos Estados Unidos. Canadá, Austrália, Nova Zelândia, União Europeia, Brasil também estão lutando e estamos aqui para apoiá-los. Permaneçam unidos e não deixem que as montadoras dividam vocês”, comentou Hanvey, ressaltando que, além da união, devem estar preparados para os desafios impostos pelas montadoras, terem bons advogados e expliquem a importância desse direito da reparação aos clientes.

Frota com motores a combustão deve prevalecer até 2040 no mercado norte-americano – Como tendências, o palestrante citou que a frota de veículos continuará dominada por veículos a combustão até 2040 nos Estados Unidos, com 35% de BEVs, 13% de híbridos e 52% veículos a combustão. “O caminho será longo e teremos tempo para nos preparar”, ressaltou.

O papel da Auto Care – Hanvey disse que a associação oferece ferramentas de melhoria de gestão do negócio, criam comunidades de mulheres para melhor engajamento e de jovens para treiná-los para o setor e desenvolvem iniciativos para atraí-los e fornece grande volume de dados para associados.

Como avançar com o “Right to Repair” no Brasil – Rodrigo Carneiro, presidente da Andap, destacou que, no Brasil, a Aliança do Aftermarket Automotivo está atuando para que esse mercado se torne ainda mais representativo nos Ministérios da Indústria e Comércio, da Fazenda e Justiça e pediu a todos que assinassem a petição para o Congresso Nacional de pleito de projeto de lei para viabilizar o “Right to Repair” no país.

Renato Fonseca, presidente da Anfape – Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças, também se posicionou: “O Right to Repair é um direito do cidadão que precisa consertar suas coisas e o momento de lutarmos é agora. Precisamos estar unidos, mobilizados e engajados e sermos protagonistas da nossa história”.

Direito de escolha do consumidor é amplo e deve envolver diferentes bens duráveis – A palestrante Raquel Preto, advogada especialista em Direito Tributário, detalhou um pouco mais o “Right to Repair” e disse que o direito de escolha dos consumidores sobre onde reparar seus produtos vai além dos veículos, abrange produtos passíveis de conserto e visa desburocratizar o reparo dos bens e prolongar a vida útil, reduzir o desperdício e fomentar a livre concorrência e evitar abusos de players dominantes dos mercados.

Pilares do “Right to Repair” – Os três pilares do “Right to Repair” são: social (garantia do direito de propriedade, proteção do consumidor, disponibilização de peças e informação para reparo, garantia da livre escolha, redução de preços de reparo e produtos), ambiental (estímulo à sustentabilidade, à economia circular, diminuição do desperdício e da produção de lixo, mudança de mindset de consumo) e econômico (garantia da liberdade da concorrência, fomento da economia, aumento no número de negócios, pleno funcionamento do aftermarket e repressão do abuso do poder de grandes players).

O que já evoluiu em outros países – Fez uma linha do tempo, destacando algumas conquistas em alguns países, como o desbloqueio de celulares em 2008 nos Estados Unidos, aprovação da diretiva de ecodesign na União Europeia, criação do código de conduta na África do Sul específica para o setor automotivo e cláusula de reparo na Lei de Design na Alemanha, entre outros.

Proposta para o mercado brasileiro – “No Brasil, queremos o exercício pleno do direito de propriedade, defesa do consumidor e do meio ambiente, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, livre concorrência e tratamento favorecido para empresas de pequeno porte”, afirmou. Entre os obstáculos, citou a falta de conscientização da população e de preocupação social com o meio ambiente e ausência de legislação específica de direito de reparar.

Próximos passos – Raquel concluiu destacando os próximos passos do Right to Repair, além do aumento da conscientização da população e de preocupação com meio ambiente, consolidação da Aliança entre diferentes setores do aftermarket em busca do objetivo comum e apresentação do Projeto de Lei Federal específica.

Apoio em âmbito governamental – Ranieri Leitão – presidente do Sincopeças Brasil, ressaltou a necessidade de ter um membro do setor no Congresso Nacional, valorizou o trabalho de cada uma das entidades da reposição automotiva e a destacou a importância da implantação da Inspeção Técnica Veicular para preservar vidas.

Inspeção Técnica Veicular garante trânsito mais seguro e preserva vidas – O palestrante Claudio Torelli, presidente do SIVESP (Sindicato das Empresas de Inspeção Veicular do Estado de São Paulo) e autor do livro Vidas Preservadas, falou sobre os tipos de inspeção – Inspeção de Segurança Veicular, Inspeção Técnica Veicular, Inspeção Veicular Ambiental, inspeção de veículos e equipamentos para transporte de produtos perigosos e vistoria veicular. “Temos muitas iniciativas, mas poucas acabativas”, destacou Torelli, referindo-se à falta de implementação da inspeção.

Ele explicou que a inspeção veicular em leves ou pesados, processo de avaliação visual e mecanizada de um veículo para atestar que é seguro para trafegar em vias, conta com a Norma NBR 14040. Nela há as diretrizes e caraterísticas do que precisa ser analisado, como equipamentos obrigatórios, estrutura, componentes de segurança, emissões de poluentes, freios, suspensão, entre outros. A Norma ABNT NBR 14180 rege a inspeção para motocicletas.

De acordo com Torelli, o Código Brasileiro de Trânsito, Lei 9.503/1997, no artigo 104, que não foi regulamentado, está prevista a inspeção, com forma e periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN para os itens de segurança e pelo CONAMA para emissão de gases e ruídos. Os artigos 106, 124 e 136, que estão na lei, são relacionados à segurança, no caso de fabricação artesanal ou de modificações de veículos ou substituição de equipamento de segurança será exigido para licenciamento e registro certificado de segurança. Cerca de 80 modificações são permitidas nos veículos. “Empresas de engenharia veicular foram licenciadas para a emissão do certificado de segurança. Hoje, há 504 estações de inspeção em atividade, com mais de 5 mil profissionais qualificados, que, desde os anos 90 já realizaram cerca de 30 milhões de inspeções”, afirmou.

Dados mostram os efeitos positivos da inspeção – Torelli contou o case de sucesso de inspeção veicular der táxis e vans escolares da cidade de São Paulo de 2021, onde os índices de reprovação chegaram a 10,31% em freios; 2,72%, alinhamento; 6,05%, su8%, iluminação; e 16,43%, pneus e rodas. “Em 2025, temos uma nova realidade com redução de aproximadamente 50% nos índices”, comemorou Torelli, ressaltando que os resultados comprovam que os motoristas estão fazendo a manutenção e a inspeção continuadamente.

Ao final da palestra, Torelli reforçou a necessidade de trabalhar para convencer os políticos a regulamentarem a inspeção veicular, contribuindo, assim, para garantia da qualidade dos componentes, segurança no trânsito e a preservação de vidas.

Força do mercado de reposição precisa ser propagada – José Arnaldo Laguna, presidente do CONAREM, enfatizou que é preciso plantar sementes para todos enxergarem a pujança do aftermarket. Falou também que a realidade do Brasil é diferente dos outros países onde os veículos elétricos estão ganhando força, pois aqui os carros a combustão serão grande parte da frota por muitos anos.

Descarbonização da frota e o impacto no aftermarket – “O Brasil é muito diferente da Noruega, Dinamarca, Nova Zelândia e outros países, pois temos biomassa e produção de biocombustível e que o Brasil deve seguir seu próprio caminho”, afirmou José Eduardo Luzzi, diretor do segmento para veículos comerciais da Abipeças Sindipeças e coordenador-geral do Conselho de Administração do MBCB – Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil, que reúne um grupo completo e transversal que tenta levar informações relevantes sobre a descarbonização aos legisladores, executivos e imprensa, com o objetivo de reduzir as emissões gases de efeito estufa na mobilidade, de modo sustentável e viável, por meio de todas as rotas tecnológicas – biodiesel, HVO, xEV Mariz Sustentável, bioelétrico e xEV, H2, biometano, etanol e biodiesel. Todas as rotas levando em consideração o ciclo de vida do berço ao tumulo – materiais de fabricação, fonte energética, operação e manutenção do veículo e reciclagem.

Explicou que a primeira etapa de trabalho do MBCB já foi concluída – conscientização das vantagens competitivas no Brasil, conceito do ciclo de vida e programas Mover e Combustível do Futuro. A segunda fase, Agenda Regulatória e Viabilização das Demandas, compreende a identificação das demandas de investimentos em toda a cadeia que proporcionem a segurança energética futura para todas as rotas tecnológicas, elaboração de políticas públicas que assegurem a viabilização das demandas para os biocombustíveis, bioeletrificação e eletrificação da mobilidade; e programa de Aceleração da Transição Energética.

Luzzi apresentou dados de um estudo da Anfavea para descarbonização considerando os biocombustíveis e novas tecnologias de motorização. Destacou alguns desafios estruturais como distribuição gás/biogás e geração e distribuição de eletricidade. Citou alguns pontos que precisam ser feitos para transformar em realidade as demandas e projeções de transição energética na mobilidade; segurança energética, capilaridade em um país com dimensões continentais e previsibilidade. “Um dos pontos relevantes para a descarbonização é a renovação da frota de caminhões, ônibus e implementos rodoviários”, afirmou Luzzi, ressaltando que os veículos pesados respondem por cerca de 5% da frota total e por 53% das emissões totais de CO2 da mobilidade no Brasil. Em 2024, 31,8% dos caminhões tinham mais de 16 anos de fabricação e 29,7% idade média de 11 a 15 anos.

Comentou outros pontos, como a Lei 14.440/2022 e Decreto 11.276/2022 – Renovar, programa para retirada progressiva de veículos em fim de vida útil, renovação da frota, economia circular e descarbonização da matriz de transporte nacional e Proconve.

Henrique Steffen, presidente da Asdap, destacou a Reforma Tributária como um dos fatores que mais impactam a rentabilidade e competitividade das empresas. “Margens afetam investimentos e inovações, sem contar a burocracia e insegurança jurídica”, enfatizou.

Reforma Tributária e seu impacto no aftermarket – “O novo modelo substituirá os tributos sobre o consumo existentes pela CBS e IBS e prevê também a criação de um Imposto Seletivo – IS, aplicável a operações com alguns produtos, com o objetivo de simplificar o complexo sistema”, explicou Carolina Verginelli, sócia da Deloitte e especialista em tributos indiretos. No âmbito federal, PIS e Cofins será substituído pelo CBS – Contribuição sobre Bens e Serviços. O ICMS, no âmbito estadual, e ISS, no municipal, será o IBS – Imposto de Bens e Serviços, enquanto o IPI, federal, será zerado.

No caso de revenda de mercadorias, Carolina explicou que os tributos cairão de 27,25% para 26,5%. Na industrialização de mercadorias, de 32,25% para 26,5% e nas mercadorias com incentivos subirão de 16,25% para 26,5%. No caso de serviços, também aumentarão de 14,25% (16,62%) para 26,5%.

“A Reforma Tributária trará reflexos no pós-vendas, além disso teremos nova forma de apurar, por isso as empresas precisam ficar atentas”, advertiu Alexandre Furmann, sócio da Deloitte e especialista em consultoria tributária.

Carolina comentou que a CBS e o IBS possuem diferenças substanciais em relação ao modelo atual e falou também sobre a importância da adequação de sistemas devido às alterações de natureza tributária, além da alteração na metodologia de formação de preços, com potenciais efeitos nas margens de lucro, na receita bruta e EBITDA, nos custos e fluxos de caixa.

Ao final da palestra, a especialista informou que terá um período de transição e que, em 2026, será um ano com alíquota teste – CBS de 0,9% e IBS de 0,1%, dedutíveis do débito de PIS/Cofins ou compensados com outros tributos. Já em 2027, terá início da vigência da CBS com alíquota a ser definida; IBS de 0,1%; PIS/Cofins será extinto; IPI zerado apenas para itens sem similares aos da Zona Franca de Manaus. Em 2028, CBS com alíquota a ser definida e IBS de 0,1%; e, a partir de 2029, terá início da vigência do CBS e IBS com alíquotas que serão definidas. A partir deste ano, ICMS/ISS terão redução escalonada, de 9/10 da alíquota atual. Em 2030, ICMS/ISS de 8/10 da alíquota atual; 2031, 7/10; 2032, 6/10; e em 2033 fim da transição, onde ICMS/ISS serão extintos.
Furmann comentou que o momento de transição será complicado e os times de tecnologia, tributário, financeiro e comercial devem estar capacitados, pois todas as áreas serão afetadas. “A reforma não é apenas tributária, vai ocasionar mudança no negócio”, concluiu.

Antonio Fiola, presidente do Sindirepa São Paulo e Brasil, disse que é o primeiro congresso que reuniram entidades representativas de tantos setores. Destacou que o setor não pode ficar refém das montadoras que dificultam o acesso às informações técnicas dos veículos. “Com a inteligência artificial (IA) cada vez mais presente nos carros a tendência é esta situação se agravar, por isso é preciso propagar estas informações”, comentou.

IA no aftermarket: Como, quando e onde vamos perceber as mudanças – “Estamos caminhando numa direção que é difícil prever, mas o que está acontecendo no mundo virá para o Brasil em algum momento”, afirmou Guga Stocco, especialista em inovação e tecnologias disruptivas.

Novas tecnologias estão disputando o mercado. A Xiaomi EV Factory produz um carro a cada 76 segundos com a robotização. Tem 20 funcionários e 381 robôs na fábrica. Disse que é três vezes mais eficiente do que usar humanos. “Você treina a base e faz o que você quiser”, ressaltou Guga, acrescentando: “Fábricas autônomas com custo marginal e abundância.”

Falou que os dados são o novo petróleo e a inteligência artificial é a nova energia elétrica. “Onde estão as pessoas que trabalham com dados e IA?”, questionou Guga, lembrando que as empresas precisam estar sempre à frente. “Coletam todos os dados, usam o big data para transformar em informações e a IA transforma em transação”, disse.

Citou a Shein que coleta dados, transforma em informações em tempo real identifica o que as pessoas usam de roupa. Por meio do APP, entende, diz o que vai produzir, põe no marketplace e, com isso, reduz preço de produtos, não precisa de marketing. “Pensou num marketplace de peças?”, questionou.

Ao final, Guga enfatiza que, com a IA treinada, os consumidores vão migrar das marcas para os agentes que eles confiam e para se tornar primeiro em IA aconselhou usar os dados – ter acesso ao memorial do automóvel, registros, defeitos, acesso à base e informações técnicas do veículo; transformar em informação – estoque e dados das peças de todos em tempo real; e transformar em transação – criar um marketplace inteligente no whatsapp entre associados.

Empresas que patrocinaram o evento – Authomix, Cofap, Kolbenschmidt (KS), Centauro Auto Parts, Frasle Mobility, Mahle, Schaeffler/Luk/INA/FAG, ZF, Sabo, Takao e Tokio Marine Seguradora.

Fonte: Move News

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