Se você já passou pela situação de receber um carro com o motor falhando e, mesmo depois de trocar as velas e a bobina de ignição, o problema persiste, sabe o quão frustrante isso pode ser.
Muitas vezes, essa é uma situação comum na oficina, onde a falha é mais complexa do que parece à primeira vista.
Neste artigo, você vai entender as possíveis causas para esse tipo de falha, como investigar o problema além dos componentes mais óbvios, quais sintomas observar e o que eles indicam sobre o estado real do motor.
Também vamos abordar casos específicos, como o famoso carro falahando na marcha lenta e motores mais comuns, como o motor 3 cilindros.
Continue lendo para aprender a realizar um diagnóstico mais preciso e evitar trocas desnecessárias que não resolvem o problema.

Por que o motor continua falhando após a troca das velas e da bobina de ignição?
É comum acreditar que, ao substituir as velas e a bobina de ignição, a falha do motor será resolvida. Mas o funcionamento do motor depende de vários outros fatores que influenciam a combustão e o desempenho.
Entre as possíveis causas que podem estar passando despercebidas estão:
Problemas no sistema de combustível, como bicos injetores entupidos ou bomba com pressão baixa;
Falhas no sistema de ignição, como cabos ou conectores com mau contato;
Problemas na eletrônica embarcada, como sensores defeituosos (sensor de posição do virabrequim ou do comando de válvulas);
Vazamentos no sistema de admissão ou escape, que alteram a mistura ar-combustível;
Falhas mecânicas internas, como compressão irregular nos cilindros.
Esses pontos exigem uma investigação mais aprofundada, utilizando ferramentas adequadas e uma análise criteriosa dos sintomas apresentados pelo veículo.
Como avaliar os sintomas do motor falhando, o que cada um pode indicar
Observar atentamente os sinais que o motor emite é crucial para um diagnóstico correto. Veja alguns sintomas comuns e seus possíveis significados:
Motor falhando na marcha lenta: pode indicar problema no sensor de posição do acelerador, válvula de controle de marcha lenta suja, ou problemas na regulagem da mistura;
Perda de potência em alta rotação: pode estar relacionada a falhas nos bicos injetores ou filtro de combustível entupido;
Consumo elevado de combustível: pode ser causado por sensores enviando dados errados para a central, causando mistura rica;
Tremores ou vibrações no motor: indicam falhas de ignição em um ou mais cilindros, mas também podem ser consequência de baixa compressão ou problemas mecânicos.
Identificar corretamente o sintoma ajuda a direcionar os testes e economizar tempo e recursos na oficina.
Técnicas de investigação para diagnosticar falhas persistentes
Quando as soluções óbvias não funcionam, o uso de equipamentos específicos torna-se indispensável. Entre as ferramentas que o reparador deve dominar estão:
Scanner automotivo: para leitura e interpretação dos códigos de falha armazenados na central eletrônica;
Osciloscópio: para análise detalhada dos sinais elétricos, como o pulso da bobina, funcionamento dos sensores e cabos;
Testes de compressão e vazamento nos cilindros, para avaliar a integridade mecânica do motor;
Verificação da pressão e vazão da bomba de combustível.
Esses procedimentos permitem um diagnóstico automotivo muito mais preciso e evitam a troca desnecessária de peças.
O que fazer quando o carro falha mesmo após trocas básicas?
Se após substituir as velas e a bobina de ignição o problema continuar, é hora de aprofundar a análise:
Verifique os cabos e conectores, pois falhas elétricas simples costumam ser negligenciadas;
Faça testes específicos nos sensores ligados à ignição e injeção eletrônica;
Inspecione o sistema de alimentação e o funcionamento da bomba de combustível;
Avalie a condição da compressão do motor e possíveis vazamentos internos.
Lembre-se de que a falha pode ser multifatorial. O reparador experiente sabe que o diagnóstico automotivo não é linear e exige método e paciência.
Entenda os desafios do motor 3 cilindros e suas falhas comuns
O motor 3 cilindros vem ganhando espaço por sua eficiência, mas possui características próprias que dificultam o diagnóstico:
Sua configuração pode causar vibrações mais intensas, que podem ser confundidas com falhas;
A injeção eletrônica e sistemas de controle são mais sofisticados e exigem ferramentas específicas;
Falhas em componentes como bobina individual de cilindro ou sensores são mais comuns.
Ter conhecimento técnico atualizado sobre esse tipo de motor é essencial para não errar no diagnóstico e nos reparos.
Vá além da troca das velas e bobina e eleve seu diagnóstico automotivo
Falhas no motor, mesmo após a substituição das velas e da bobina, geralmente indicam problemas mais complexos que demandam atenção detalhada e o uso correto das ferramentas certas.
Dominar técnicas avançadas de diagnóstico automotivo, interpretar os sintomas com precisão e contar com equipamentos como scanner automotivo e osciloscópio são diferenciais que fazem toda a diferença na resolução desses casos.
Investir continuamente em conhecimento e prática aprimora a qualidade dos seus serviços e aumenta a confiança dos clientes. Com essa abordagem, você estará pronto para enfrentar qualquer desafio no motor.
Fonte: Oficina Brasil